terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fast Fashion

O nosso tema de hoje é uma forma de negócio super presente na Europa e nos EUA, que vem crescendo cada vez mais no Brasil, pelo simples fato de apresentar rapidamente peças de moda a valores acessíveis. Caros leitores, estamos falando do Fast-Fashion!

Vamos dar algumas características desse modelo, que o consultor italiano expert no assunto, Enrico Cietta, comenta em seu livro: A Revolução do Fast-Fashion;

- O que é? Um modelo de negócio que diminui o tempo entre a criação do produto e sua venda, que acontece sempre em grandes quantidades. Atende um cliente que prefere o consumo mais rápido, de um produto mais barato que pode comprar mais vezes. Por conta dessa rapidez, o produto atinge um status de ‘seguidor’ isto é, sem muita inovação na parte criativa, praticamente uma réplica das famosas grifes.

- Devido a demanda alta e a rapidez do processo, o produto termina com uma qualidade baixa, pra ser usado só naquela estação mesmo.

- O serviço de atendimento nas lojas acontece no esquema self-service. As vendedoras ficam apenas arrumando e repondo peças, no máximo podem te indicar onde encontrar aquela peça.



E quem está impulsionando o modelo Fast-Fashion? As indústrias e o varejo? Pelo contrário, o próprio consumidor! Como falou nesses dias um professor nosso: atualmente precisamos olhar e estudar primeiro o consumidor e seu comportamento para adequar os nossos negócios, aos seus desejos e necessidades.  Sem esquecer de tudo o que estamos ouvindo sobre a ascensão da classe C, com acesso a informações pela internet, e o poder de compra para peças que contenham as tendências da temporada.

Uma das grandes estratégias do Fast Fashion é a parceria com grandes estilistas e grifes que criam uma coleção para a marca, e então fica mais fácil adquirir uma peça de um estilista ou marca de renome, pois o preço é bem mais baixo. Claro que não tem toda aquela exclusividade, mas tem o nome!

Uma das principais magazines desse sistema de varejo é a sueca H&M, que ainda não tem lojas no Brasil, mas está presente em 40 países e conta com uma rede de 2.200 lojas. A loja já fez diversas parcerias com importantes nomes como Donatella Versace, Stella McCartney, Jimmy Choo e a grife francesa Lanvin (essa nem a Natalie Portman resistiu!)


O vídeo abaixo é o comercial da coleção da Lanvin para a H&M, está em inglês mas resume muito bem o sistema Fast Fashion! 


Outra marca que podemos citar é a inglesa Topshop, boatos rolam que ela chegaria ao Brasil neste primeiro semestre de 2011, mas até onde eu sei isso ainda não aconteceu. A grife conta com 400 lojas espalhadas pelo mundo e fez grandes parcerias com a modelo Kate Moss e estilistas como Christopher Kane e Stella McCartney. 




Claro que não poderíamos deixar de citar nossa queridíssima, a espanhola ZARA, últimos acontecimentos a parte, difícil resistir (principalmente na promoção). Possui uma rede de 1.540 lojas em 78 países, aqui no Brasil são 34. A Zara, pelo menos aqui, não faz parceria com estilistas, mas apresenta informação de moda rápida e em um preço, em boa parte das peças, “comprável”. 


Eis que surge a dúvida: no Brasil, temos só a Zara??? E a C&A, Renner e Riachuelo, são o que???  

Bom, está mais do que claro que a C&A, nos últimos tempos, vem passando por grandes mudanças, fazendo parcerias com estilistas, modelos e grifes brasileiras, como Alexandre Herchcovitch, Espaço Fashion, Isabeli Fontana, Gisele Bündchen e até nomes internacionais como Beyonce e a estilista Stella McCartney (ela está em todas hein?). Não podemos deixar de comentar, em especial, sobre a coleção da Stella que deu o que falar! Nome renomado, peças de alta qualidade e preços maiores do que costumam existir na C&A, conclusão? Mulheres enlouquecidas segurando várias peças na mão, esperando as vendedoras da loja conferirem se ainda tem o número delas. Isso também aconteceu com a primeira coleção da Gisele, eu (Gi Barrella), estava na loja do Iguatemi na hora do lançamento depois da vitrine viva e fiquei surpresa, primeiro por ter sido recebida com um coquetel super chic e depois por ver aquelas mulheres super bem vestidas se trocando no provador sem nem precisar entrar na cabine, era um tal de: “Eu tenho a saia de renda 38, alguém ta precisando?”. Uma loucura, foi super divertido e ficou explícito que a C&A vem atingindo um novo público. 



A Riachuelo por sua vez tem a mesma estratégia, mas de um modo mais discreto, começou com a Ivete Sangalo e o Marcello Sommer e no primeiro semestre deste ano fez parceria com a estilista Cris Barros, uma coleção masculina com Pedro Lourenço e uma coleção de lingerie e pijamas de Thais Gusmão. Pelo que li em alguns blogs, a coleção da Cris Barros foi um sucesso, provocou aquela loucura na mulherada enlouquecida pelas peças da estilista em preços acessíveis. Mas, a Riachuelo está no começo do processo para se tornar realmente Fast Fashion.




Bom, finalmente chegamos ao mistério da Renner! A pergunta que não que calar, porque não fazer parcerias com estilistas/modelos? Nós também tínhamos essa curiosidade, mas tivemos a oportunidade de assistir a uma Palestra com gerentes da marca que nos explicaram a estratégia da marca (BAPHO!). Eles criaram submarcas que investem em estilos singulares, pretendendo que os consumidores identifiquem-se e sintam o “desejo” de comprá-las, isso sem falar na boa qualidade das roupas. Como primeiro passo montaram uma loja única (no Shopping Metrô Tatuapé) de uma de suas submarcas, a Blue Steel, voltada para o público jovem com destaque no jeans. Ainda temos muito o que contar sobre a  história da Renner que é super interessante, porém com mais atenção em um próximo post.



Ficamos por aqui e como sempre fica aquelaaaa dica: Queridas(os) vamos aproveitar o Fast Fashion que muitas vezes quebra aquele galho quando queremos estar bem vestidas mas não podemos gastar muito.

Uma ótima semana!!!

Beijinhoss,

Nati D’Angelo e Gi Barrella

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