quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Salvador Dalí

Bom dia pessoal

Aqueles que moram em Sp e curtem arte já devem ido, ou pelo menos ouvido falar da exposição de Salvador Dalí no Instituto Tomie Ohtake. E como estou escrevendo aqui sou uma dessas pessoas, que conhecia este artista somente pelo seu lado surrealista e a famosa obra dos relógios derretidos. Mas ao percorrer a exposição pude verificar como ainda não conhecia este genial Dalí, e como contribuiu com diversas formas de arte. 



Nestas duas primeiras obras já podemos verificar a diferença entre o cubismo e o surrealismo, ambas feitas por Dalí. Na primeira ainda está iniciando na arte, ele faz um autorretrato no estilo cubista, devido as influências de seu amigo Picasso. 
Por outro lado na segunda imagem é possível verificar os traços do surrealismo, indo além do racional e consciente ao retratar no fundo a paisagem vista de sua casa, contrapondo com um leito e uma cadeira vazios.
E na terceira imagem  o ápice do artista no surrealismo ao retratar toda sua dor, decorrente da guerra.




Aqui podemos ver como Dalí ultrapassa a esfera da pintura, e contribui com ilustrações de duas revistas de moda influentes até hoje: Vogue e Harper's Bazaar.

E também colaborou com a literatura, em 1946 Dalí realizou as ilustrações do livro Dom Quixote de la Mancha, como podemos ver na primeira imagem. E depois em 1969, no livro Alice no País das Maravilhas. 






Espero que você tenha conhecido um pouco das várias vertente de Dalí: pintor, desenhista, pensador, escritor, ilustrador, designer, explorando todos os campos da criação. E não pense que foi só isso, na verdade só quis dar um gostinho para você conferir a exposição pessoalmente e admirar tudo. 

Salvador Dalí fica em cartaz até 11 de janeiro de 2015, ou seja, ainda tem bastante tempo! No Instituto Tomie Ohtake que fica entre a Av. Faria Lima e Rua Coropés em Pinheiros, Sp.
A entrada é gratuita, e uma dica: vá sem pressa, pois talvez tenha fila.

Beijão e até a próxima!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Bum bum bum, Castelo Rá-Tim-Bum!

Boa noite galera!

A gente cria uma certa expectativa quando descobre algum lugar legal para ir, não é? Comigo foi assim, e depois de um tempinho da inauguração, finalmente consegui visitar a exposição do Castelo Rá-Tim-Bum! Os maiores fãs de Nino e seus amigos nasceram na década de 90, como eu, afinal o programa infantil foi transmitido entre 1994 e 1997 na TV Cultura, e até hoje é considerado o programa educativo de maior sucesso veiculado por uma emissora pública brasileira, com isso acabou conquistando prêmios nacionais, internacionais, e um público de todas as idades. 

E assim, depois de 20 anos podemos relembrar as aventuras de Nino e sua turma no MIS. A grande sacada foi montar a exposição de uma forma que você sai de um ambiente direto para outro, como se estivesse dentro do Castelo mesmo! E nada foi esquecido, desde a oficina onde Dr. Vitor fazia seus experimentos, até o lustre de Lana e Lara, é possível reviver na memória diversos detalhes e personagens da trama.



Lá dentro aproveite o momento e além de tirar fotos, pare e leia as plaquinhas de explicação pois muitas delas contam a história por trás daquele personagem, e curiosidades que você nunca imaginaria. Como por exemplo, da dupla Tíbio e Perônio, inspirados em duas duplas de atrapalhados: O gordo e o magro, e Dupond e Dupont os investigadores de polícia da série "As aventuras de Tintim". E na caracterização, os atores ficaram idênticos devido a ideia dos figurinistas de usar barbas falsas, sobrancelhas grossas e o chapéu quadrado.



Outra curiosidade está no quadro Dedolândia, no qual a maior dificuldade aconteceu durante a dublagem para sincronizar os movimentos da boca dos bonecos com a música, e sendo que a trilha sonora apresentava temas matemáticos. Inicialmente, os dedinhos seriam uma família, porém o diretor não aprovou os bonecos criados, depois definiu-se que eles mesmos seriam os músicos tendo como inspiração o estilo rockabilly, da década de 50.







E como não podia deixar faltar, a moda está marcando presença na exposição através dos figurinos dos atores! Lá podemos ver os figurinos mesmo e muitos croquis de referência, alguns até com tecidos para exemplificar melhor. Resolvi fazer algumas montagens pra vocês verem que bacana.





Dica: Quando for não tenha pressa. A bilheteria abre 10h, e neste horário a fila já dobra quarteirão, então relaxe e se puder, tire o dia para isso. Leve água e um lanche, porque depois de comprar o ingresso você ainda terá que esperar algumas horas para entrar na exposição. Os ingressos são vendidos somente para aquele dia e a primeira "entrada" é as 13h. Tenha paciência, pois depois você entenderá porque é impossível todo mundo entrar junto.

A exposição fica em cartaz até 16 de novembro! De terças à sextas das 11 às 21h; Domingos e feriados das 9 às 20h. Lembrando novamente que os ingressos são vendidos somente para o mesmo dia, e a venda online está sendo liberada de lotes em lotes, vale a pena ficar ligado no site do MIS.
O MIS fica na Avenida Europa, 158, Jardim Europa. Tem um ponto de ônibus na porta, estacionamento pago, e várias ruas ao redor onde é permitido estacionar.

Por hoje é só! Bum bum bum, Castelo Rá-Tim-Bum!!

Beijooos,
Nati.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Brasil, um país um mundo

Boa noite galerinha!

Inventado pelos ingleses e paixão dos brasileiros, até essa que vos fala começou a olhar o futebol de outra maneira depois de ir em uma exposição bem interessante, pra mostrar outras facetas do esporte, inclusive relacionando à moda.

Poderia citar os jogadores mais marcantes, descrever as Copas do Mundo, explicar as regras do jogo, mas tenho certeza que tudo isso você sabe melhor que eu, então resolvi listar 4 curiosidades bem interessantes para te instigar a visitar essa exposição e conferir de pertinho esses e outros fatos e histórias.



1 - Como surgiu a camisa azul do uniforme reserva? 
A camisa oficial sempre foi a amarela, porém na final da Copa de 1958 a seleção jogou contra a Suécia que também tinha como uniforme oficial a camisa amarela! Após um sorteio, restaria ao Brasil jogar com a camisa branca, mas os jogadores não queriam devido a uma forte superstição, uma vez que haviam perdido a Copa de 1950 com esta cor. 
E como resolver este problema? Os funcionários da CBF na época foram até uma loja de esportes à noite, comparam camisas azuis, e na madrugada costuraram os escudos nestas novas camisas. Ainda temendo a mudança, tudo se resolveu após o chefe da delegação explicar o azul como a cor do manto de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil que abençoaria a partida. E assim, a vitória foi de 5 x 2. 



2 - Propaganda
Atualmente vemos muitos jogadores em anúncios publicitários nos mais diversos meios de comunicação, sempre tinindo, como verdadeiros modelos. Mas você sabia que há muito tempo atrás quando não existia a tecnologia atual, o futebol já era tema nas propagandas de algumas marcas? Cujos produtos se relacionavam com o esporte, como a lâmina de barbear Gillette ou a chuteira Topper. 



3 - Evolução do uniforme
Dá pra imaginar que os primeiros uniformes de futebol eram feitos de lã!? Imagine só o calor! Depois, até a década de 70 a matéria prima foi o algodão, ainda quente se pensarmos nos 90 minutos de jogo. Com os avanços tecnológicos, após esse período começaram a surgir os tecidos em tela e assim, a transpiração melhorou.
Nas pernas a grande evolução foi na década de 90 com os calções de elastano, que ajudam a comprimir as fibras musculares e assim evitar lesões. E hoje em dia outros benefícios foram desenvolvidos para melhor desempenho dos atletas, e acabam ajudando também o meio ambiente, como a utilização de poliéster obtido de garrafas PET.




Em paralelo podemos ver também a evolução do uniforme do juiz, que antigamente usava paletó, gravata e camisa com gola!


Outro ponto curioso está nas mudanças na modelagem dos uniformes, pois a princípio as camisas eram de mangas compridas e gola, com o passar do tempo as mangas encurtaram e a gola ficou careca. Os calções na década de 60 deram uma encurtada, e assim podemos ver também como os uniformes de certa forma acompanham a moda da época, que nesta ocasião era a mini-saia. E atualmente vemos melhor na questão das cores, estampas, e chuteiras.


4 - Evolução das chuteiras
Se os primeiros uniformes foram produzidos com lã, podemos imaginar algo semelhante com as chuteiras, não é mesmo? Pois é, o primeiro modelo se assemelha com as botas que usamos hoje, acredite!
Na primeira Copa em 1914 as chuteiras eram feitas de couro, sendo necessário usar banha para amaciar. A sola e a ponta eram de madeira, e o pacote completo chegava a pesar 1 quilo. E novamente a tecnologia veio a favor para transformar nessa produto que vemos hoje, pesando em torno de 170 gramas, tudo para o alívio e performance dos jogadores!



Foram muitas mudanças desde que tudo começou não é?! Estas curiosidades e outras histórias você pode conferir na exposição, que também conta com muitas imagens, vídeos, camisas famosas e até mesas de pebolim ou futebol de botão para se divertir. Não deixe de conferir!

A exposição fica no Parque Ibirapuera, no Pavilhão das Culturas Brasileiras (próximo ao restaurante na marquise) - Rua Pedro Álvares Cabral
Aberta até 15 de julho, de terça a domingo, das 9h às 17h.


Por hoje é só!
Grande beijo e vaaaaaaaai Brasil!!!!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Obsessão Infinita - Yayoi Kusama

Boa noite pessoal!

Estou tentando voltar ao ritmo do blog aos poucos. Muitas vezes tenho vontade de escrever mas o cansaço físico e mental não permitem, então venho aproveitar minha disposição neste momento, para contar um pouquinho de uma exposição que fui e deixá-los com gostinho de quero mais, quero ver ao vivo, quero viver essa experiência. 


Japonesa nascida no ano de 1929, Yayoi Kusama começou a carreira com pinturas abstratas, retratando a dor vivida pela guerra. Ao mudar-se para Nova York em 1957, entra em contato com grandes artistas como Andy Warhol, fato decisivo para seu futuro artístico.

Se for para definir seu trabalho em uma palavra seria repetição. Muitas pessoas costumam guardar para si seus medos, inclusive artistas, mas para Kusama medo é traduzido nos temas de obras de arte. A série "Obsessão sexual" é um exemplo disto, caracterizada pela repetição de objetos semelhantes ao órgão sexual masculino, e nas palavras da própria artista: "Fico aterrorizada só ao pensar que algo longo e feio como um falo me penetre, e é por este motivo que construo tantos falos... Eu construo muitos e muitos deles e então continuo construindo até que me enterro no processo. A isto dou o nome de 'obliteração'". Isso ocorreu na década de 60, e a partir deste período suas obras começaram a radicalizar, chegando ocupar salas inteiras, como podemos ver na imagem abaixo.



Essa identidade da artista se revela devido a um transtorno mental do qual sofre desde a infância. Além dos falos, também se destaca como princesa das bolinhas, outro fruto de suas alucinações. Em um primeiro momento elas aparecem em uma sala espelhada, como se estivessem estampando os falos em uma espécie de jardim, e neste momento vemos o encontro das duas obsessões da artista.


Outro ambiente é simplesmente uma sala de jantar iluminada por luz negra e repleta de bolinhas, a qual transcende os espaços físicos permitindo o espectador apreciar a obra sem limites. Esta é uma tentativa da artista de recriar o ambiente doméstico de seus traumas, os episódios alucinatórios. E por fim a famosa sala espelhada com lâmpadas coloridas que acendem e apagam, trazendo a sensação de infinito e um enorme espetáculo para os olhos e as câmeras!



Vivendo em uma instituição psiquiátrica, hoje com seus 84 anos Kusama ainda continua ativa na arte. Suas obras recentes são pinturas, que mantêm as mesmas repetições como tema.



























Depois disso tudo não deu aquela vontade de ver ao vivo? Então não perca! Até dia 27 de julho no Instituto Tomie Othake, de terça a domingo das 11 às 20h e com entrada gratuita! *-*


Beijoo

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Zuzu Angel

Boa noite caros leitores!

Ando afastada deste espaço tão especial há um tempo, por conta do trabalho, sem rumo, incentivo, ou vontade de escrever. Sim, admito minha sem-vergonhice mas espero começar a reverter este quadro hoje, depois de ter visitado uma exposição incrível quero voltar pra este espaço contando pra você um pouco da história de Zuleika Angel Jones, mais conhecida como Zuzu Angel.

Os primeiros anos dessa mineira nascida em 1921 foram semelhantes aos de muitas mulheres. Morou com a família, na adolescência conheceu um rapaz (Norman) com o qual se casou e teve seu primeiro filho (Stuart). Mudou-se para a Bahia e depois para o Rio de Janeiro, onde teve duas filhas. Trabalhava como costureira fazendo roupas para a própria família, e ao ser apresentada a primeira-dama Sarah Kubitschek por sua tia, foi introduzida na sociedade carioca, o pontapé inicial da carreira . Então começou a costurar para outras pessoas, pois era criativa e talentosa destacando-se assim profissionalmente. 

Com o passar do tempo, o trabalho de Zuzu foi cada vez mais reconhecido. Em seu auge ela abriu uma loja no Rio de Janeiro, desfilava suas criações aqui e nos Estados Unidos, onde abriu um escritório, vestiu diversas atrizes nacionais e norte-americanas, criou figurinos para cinema e teatro, vestidos de noiva, recebeu prêmios por sua atuação na moda. Levou para o exterior a temática brasileira com flores e pássaros, Lampião e Maria bonita, em tecidos como algodão, renda e bordado, mostrando ao mundo a cultura nacional.

Pastoral - Franja de seda com bolinhas de jacarandá e renda do Norte


O auge do seu sucesso coincidiu com a época da ditadura militar no Brasil, e após a instituição do Ato Institucional 5 foi dada a largada à caça aos opositores do governo, além da censura da imprensa. E o filho de Zuzu, Stuart, era um militante ativo do Movimento Revolucionário de 8 de Outubro, então logo foi preso e desapareceu. A partir daí, a mãe deixa de lado a carreira e começa uma busca incessante pelo filho. 

Depois de algum tempo recebeu uma carta de outro preso político contando das torturas pelas quais Stuart fora submetido, e seu assassinato. Logo, transformou toda a dor e revolta em roupas que denunciavam a situação política no Brasil e levou mundo a fora esse protesto. A figura do anjo aparecia com frequência fazendo alusão a seu filho, e ela mesma utilizava roupas pretas em sinal de luto.


Tudo acabou em 1976, quando Zuzu sofreu um acidente de carro. Anos depois, foi descoberta a sabotagem e a emboscada. É interessante pensar no seu legado e influências tanto moda brasileira, sendo a primeira estilista do país, exaltando o que há de melhor aqui, e também a pioneira em denunciar a situação do Brasil na época através de seu trabalho. Além disso, seu lado maternal é outro destaque devido a busca incansável pelo filho vivo, e depois pelo seu corpo.

Abaixo trouxe uma imagem de um vestido da exposição com a estampa de pássaros, e a releitura que vemos atualmente nas araras e vitrines do país, para você perceber como a moda sempre utiliza referências de outras épocas nas chamadas tendências.

À esquerda "Revoada de Andorinhas", estampa criada por Zuzu Angel em tecido Polybel para a coleção International Dateline Collection III, em 1971. À direita, blusa com estampa de andorinhas da Forever 21

Isso é um resumão da vida de Zuzu Angel, a exposição oferece muito mais! Aproveite a entrada franca, vá sem pressa, com tempo de apreciar cada momento proporcionado através de muita interatividade. E qualquer coisa comenta aqui embaixo! ;)


Quando? Em cartaz até 11 de maio. De terça a sexta das 9 às 20h.
Sábados, domingos e feriados das 11 às 20h
Onde? Itaú Cultural - Avenida Paulista, 149 - Próximo à estação de metrô Brigadeiro.
É permitido fotografar sem flash


Até a próxima pessoal!
Beijooos

terça-feira, 4 de março de 2014

Exposição David Bowie no MIS

Bom dia amigos!

Há umas semanas atrás fiquei sabendo da inauguração de uma exposição do famoso David Bowie, no Museu de Imagem e Som (MIS). Ao ler críticas positivas, e saber que foi organizada pelo museu britânico Victoria and Albert Museum, já esperava algo bacana, e mesmo sem conhecer nada sobre o tal cantor, lá fui eu e minha curiosidade...



- O que eu aprendi? 

Nascido na década de 50, seu interesse por música começa quando ainda era criança, e ouvia os discos de vinil do pai. Aos 13 anos começou a tocar saxofone e a estudar música. Logo depois teve suas primeiras bandas, nas quais não permaneceu muito tempo pois desejava algo maior. A partir daí, optou por seguir carreira solo.

Mais conhecido como camaleão do rock, ao lançar algum álbum ele encarnava um personagem com personalidade e estilo próprios, quebrando paradigmas e lançando tendências naquela época. O auge de sua carreira foi nos anos 70, marcada pelo individualismo e liberdade sexual, ele assumiu sua bissexualidade, com muita purpurina e visual andrógino, ao som do glam rock. 

Originalmente seu gênero musical era o rock, porém ao passar dos anos foi explorando outros mundos como o R&B e soul, eletrônico e pop. Em paralelo também tinha uma carreira como ator, logo fica clara sua influência na cultura contemporânea, contribuições com à música performance, mode e design.

Ao observar este panorama geral de Bowie, consegui encontrar algumas semelhanças com a nossa querida Lady Gaga. Porque? Devido a busca de ambos por essa irreverência, trazendo coisas inesperadas em suas respectivas épocas, sempre com algo novo, surpreendendo uns e espantando outros. 



- O que a exposição oferece?

Diversas roupas dos personagens interpretados por Bowie, filmes nos quais ele atuou, fotografias, e até itens pessoais como partituras musicais, storyboards, letras e anotações de diários. Além de muitos painéis explicativos sobre os diversos momentos da vida dele. E logo ao entrar você pode pegar os headphones oferecidos, e ao longo da visita ouvir músicas, entrevistas e filmes, de acordo com o local que você está, tornando a experiência muito interativa.

Para nós que gostamos de moda, os figurinos extravagantes são um prato cheio! Muitas vezes assinados por profissionais renomados como Alexander McQueen, podemos ver em qual turnê ele usou cada um, e observar a variedade de materiais usados em uma mesma peça. E também o conjunto todo, muitas vezes misturando roupas, sapatos e acessórios sem sentido algum, para criar a identidade desejada. 



A exposição fica em cartaz até 20 de abril, ou seja, não tem desculpa para não ir! ;)
Local: MIS - Avenida Europa, 158, Jardim Europa, Sp.
Horários: De terça a sexta, das 12 às 21h; Sábado das 11 às 23h; Domingos e feriados das 11 às 20h.  
Ingressos: R$10,00 a inteira e R$5,00 a meia entrada. Na terça feira, a entrada é gratuita! #ficadica
E (infelizmente) não é permitido fotografar.

Terminando ao som da minha favorita... 


Beijão e até a próxima!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Arezzo&Co

Hoje é dia de contar história. O era uma vez de dois homens que mergulharam de cabeça nos pés das mulheres, e com muito trabalho são considerados a sapataria mais inovadora do mundo, e aquela com maior faturamento no Brasil, senhores e senhoras eu lhes apresento a história da Arezzo&Co!

Anderson e Alexandre Birman, pai e filho, fundador e sucessor da Arezzo


O nome foi escolhido de forma aleatória, ao buscar no mapa da Itália a cidade escolhida foi Arezzo, na Toscana. E assim a marca foi fundada por Anderson em 1972, quando tinha 18 anos, com seu irmão Jeferson de 21, na cidade de Belo Horizonte, MG.

Neste começo a empresa tinha uma integração vertical, ou seja, fazia tudo na produção: desde desenhos e moldes até a fabricação de calçados masculinos, vendidos para multi marcas. Depois de alguns anos o foco voltou-se para os sapatos femininos, e com a China invadindo o mercado com produtos muito baratos, tiveram que terceirizar a produção em 200 fábricas, e assim investir seu lucro na abertura de novas lojas. E uma das estratégias para se destacar foi lançar várias coleções por ano, e assim estimular os clientes a visitar as lojas com mais frequência. 

Enquanto a Arezzo crescia, abrindo franquias em diversas regiões do país e tornando-se uma das maiores varejistas de calçados femininos, com produtos custando entre RS100 e R$250, em paralelo Alexandre (filho de Anderson) criou aos 19 anos sua própria marca de calçados, a Schutz. Ele decidiu investir em um nicho mais seleto e sofisticado, com sapatos em torno de R$300 e exportando metade da sua produção para grandes boutiques internacionais. Então, nesta época havia uma certa concorrência entre pai e filho, pelos modelos usados nos pés de milhões de mulheres. 




Os anos se passaram, e em 2007 pai e filho finalmente se reuniram. Isso aconteceu quando o fundo de investimento Tarpon comprou 25% das ações da Arezzo, com o objetivo de leva-la à bolsa. Agora tratava-se de uma companhia, a Arezzo&Co, onde tanto a Arezzo como a Schutz tinham mais chances competitivas no mercado. 

A partir daí iniciou-se uma série de estratégias de crescimento, como o lançamento novas marcas a fim de atingir públicos diferentes. Assim, em 2008 nasceu a Anacapri, novamente com nome de cidade italiana, traz um conceito mais jovem, colorido, e casual com modelos sem salto, buscando atingir as classes B e C com produtos na faixa de R$110. 

E em 2009, a grife homônima Alexandre Birman, a qual desenvolve produtos artesanais no segmento luxo, para mulheres que buscam exclusividade. Deste modo, seu público se reduz a classe A e preço médio de R$960, também pode ser encontrada em grandes pontos de venda do exterior, ao lado de grifes como Christian Louboutin. 




Hoje, somente a Arezzo possui um centro de inovação em Campo Bom, cidade gaúcha próxima a Porto Alegre. Lá, designers desenvolvem cerca de 1000 novos modelos de sapatos por mês, e Alexandre faz a seleção para que cheguem às lojas em torno de 170 modelos. 

Acredito que este e outros motivos, levaram Anderson a se afastar da empresa no ano passado, e passar a presidência da Arezzo&Co ao filho. Neste mesmo ano, o faturamento da empresa com suas quatro marcas foi de simplesmente, 1 bilhão de reais! o.O 
E quando questionado, Alexandre diz que não faz festa sobre os números e sucesso da empresa, e seu objetivo é ser "A Zara dos sapatos"... E aí, será que está perto?



Deixo vocês com esse maravilhoso vídeo da cadeia produtiva da marca homônima



Au revoir!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Instituto Tomie Othake

Olá pessoal, tudo certo?

Já começo me desculpando... Não me levem a mal, nem pensem que estou mudando o direcionamento deste blog e transformando-o em um roteiro de exposições, e lugares para ir. Mas essa cultura é fonte inesgotável de inspiração para a moda, design e outros universos, e certas pessoas têm sede de ver gente, ouvir música, apreciar arte, sentir a natureza... como eu :D E gosto não se discute, não é mesmo? Então é nesse ritmo que venho lhes apresentar mais um lugar bem bacana pra ir, e a exposição em cartaz por lá. 

Bom, quem anda por São Paulo e já passou pela Zona Oeste, provavelmente deve ter parado uns 2 minutos para observar este prédio, um tanto quanto fora do comum:



Modelo contemporâneo, este é um projeto do arquiteto Ruy Ohtake que abrange dois edifícios com escritórios, um centro de convenções, outro centro cultural, e com o nome da famosa artista plástica japonesa, Tomie Ohtake. Seu objetivo principal é promover a cultura, e alcançar pessoas que ainda não tem contato com este universo, através de exposições, oficinas e cursos, muitas vezes gratuitos.  

O espaço é bem grande a agradável, com design, cores e materiais diferenciados, além das diversas salas que abrangem os eventos citados acima. Também conta com uma lojinha de produtos bem peculiares, livraria e restaurante com preço $algado. hahaha




Continuando, um gostinho da exposição "Opa! Uma Alegre Revolução" resultada de um trabalho colaborativo de dois artistas japoneses, que compartilham a paixão pelo nosso país. E acho que todos concordam neste forte laço entre Japão/Brasil não é? Tudo começou com a imigração japonesa, e atualmente é aqui onde vive a maior comunidade japonesa fora de seu país natal. Muitos brasileiros também vivem lá, e vemos constantemente as influências nipônicas em nosso cotidiano, seja na alimentação, arte, cultura, entre outros. 

Então de um lado temos o artista plástico Go Yayanagi, e do outro a estilista Junko Koshino, juntos misturam seus trabalhos e tentam derrubar as fronteiras entre os dois países. Assim, é possível encontrar ilustrações, figurinos, e outras obras que unem moda e arte, como os tecidos de seda estampados com as imagens dos quadros. 

Você pode visitar gratuitamente até 16 de março, de terça a domingo das 11 às 20h, gratuitamente! Vale a pena conferir!





E como diriam meus queridos Looney Tunes: That's all folks!

Xoxo

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Visual Merchandising

Olá pessoal!

Aqui vou continuar naquele tema que havia comentado há um tempo atrás, das profissões da moda! Hoje, com o visual merchandising, pra você entender no que consiste este universo e também as áreas de atuação do profissional.

Vou começar perguntando: O que você imagina ser Visual Merchandising? Conhece bem, já ouviu falar ou nem sabia o significado da palavra? haha. Se você escolheu a segunda ou terceira alternativa, não se preocupe, pois pretendo esclarecer suas dúvidas agora mesmo, com o conceito:

"O Visual Merchandising envolve toda e qualquer ação ocorrida dentro do ponto de venda, e estas comunicações devem ser de alto impacto, e principalmente, diretas". Ou seja, deve captar a atenção do consumidor no interior do local da venda, e assim estimula-lo a compra.

São funções do VM:
- Identificar as diferenças de uma loja de rua e shopping, ao projetar a loja e vitrine;
- Estudar o ambiente, para distribuir mobiliários e produtos da melhor forma possível;
- Sempre estar atento a iluminação, principalmente quando houver movimentações na loja, para que ela esteja sempre focada nos pontos corretos
- Despertar os sentidos do consumidor através da sinestesia, ou seja, uma música mais calma ou animada, e um perfume com aroma agradável, que remeta ao conceito da marca.





Sobre os produtos:
- Devem ser agrupados através da maneira escolhida pela empresa, ou definida pelo próprio profissional, para que estejam disponíveis de forma didática ao consumidor, seja por cartela de cores, tipo de peça, etc;
- Também é necessário verificar os produtos mais vendidos e aqueles "problema", a fim de destacá-los da forma correta, estimulando nos cliente a compra por impulso;
- Em lojas de departamento é importante que o produto esteja visível, disponível e acessível para os clientes, isto é, ele deve conseguir enxerga-lo, alcança-lo e encontrar o seu tamanho. Já nas demais lojas o vendedor é encarregado destas (e outras) funções;






 O Visual Merchandising também é responsável pela vitrine. Sua principal função é atrair o consumidor  para dentro da loja, então ela deve ser bem elaborada sempre de acordo com o conceito da marca também. Nela, três pontos são importantes:
- O equilíbrio, ou seja, quando a vitrine é dividida ao meio todos os elementos expostos devem estar em simetria ou assimetria;
- A unidade entre formas, cores ou temas, e isto é realizado através da repetição de um destes itens, para se formar uma harmonia;
- O ritmo que relaciona formas, linhas e cores, as quais combinadas da forma correta podem dar movimento e dinamismo à vitrine.
Outro elemento importante na vitrine é o preço dos produtos, e este deve estar correto, caso contrário a peça deve ser vendida no valor exposto na vitrine.




E a montagem dos looks, tanto na vitrine quanto nos manequins expostos no interior da loja, também deve ser bem planejada para não resultar em uma poluição visual. Mistura de estampas diferentes costuma ser algo perigoso, e colocar um look de regata e shorts ao lado de outro com casaco e calça também destoa. O ideal é sempre tentar "contar uma história" escolhendo peças com a mesma estampa, ou de cartela de cores que combinem entre si, e investir nos acessórios complementando a produção!


Lembrando que tudo isso é um resumo da teoria certo?! Na prática talvez nem tudo funcione, e algumas coisas a mais podem aparecer, ou serem propostas de outra maneira, e aí cabe a você a criatividade!

Qualquer coisa comente!

Beijooos