sexta-feira, 6 de junho de 2014

Obsessão Infinita - Yayoi Kusama

Boa noite pessoal!

Estou tentando voltar ao ritmo do blog aos poucos. Muitas vezes tenho vontade de escrever mas o cansaço físico e mental não permitem, então venho aproveitar minha disposição neste momento, para contar um pouquinho de uma exposição que fui e deixá-los com gostinho de quero mais, quero ver ao vivo, quero viver essa experiência. 


Japonesa nascida no ano de 1929, Yayoi Kusama começou a carreira com pinturas abstratas, retratando a dor vivida pela guerra. Ao mudar-se para Nova York em 1957, entra em contato com grandes artistas como Andy Warhol, fato decisivo para seu futuro artístico.

Se for para definir seu trabalho em uma palavra seria repetição. Muitas pessoas costumam guardar para si seus medos, inclusive artistas, mas para Kusama medo é traduzido nos temas de obras de arte. A série "Obsessão sexual" é um exemplo disto, caracterizada pela repetição de objetos semelhantes ao órgão sexual masculino, e nas palavras da própria artista: "Fico aterrorizada só ao pensar que algo longo e feio como um falo me penetre, e é por este motivo que construo tantos falos... Eu construo muitos e muitos deles e então continuo construindo até que me enterro no processo. A isto dou o nome de 'obliteração'". Isso ocorreu na década de 60, e a partir deste período suas obras começaram a radicalizar, chegando ocupar salas inteiras, como podemos ver na imagem abaixo.



Essa identidade da artista se revela devido a um transtorno mental do qual sofre desde a infância. Além dos falos, também se destaca como princesa das bolinhas, outro fruto de suas alucinações. Em um primeiro momento elas aparecem em uma sala espelhada, como se estivessem estampando os falos em uma espécie de jardim, e neste momento vemos o encontro das duas obsessões da artista.


Outro ambiente é simplesmente uma sala de jantar iluminada por luz negra e repleta de bolinhas, a qual transcende os espaços físicos permitindo o espectador apreciar a obra sem limites. Esta é uma tentativa da artista de recriar o ambiente doméstico de seus traumas, os episódios alucinatórios. E por fim a famosa sala espelhada com lâmpadas coloridas que acendem e apagam, trazendo a sensação de infinito e um enorme espetáculo para os olhos e as câmeras!



Vivendo em uma instituição psiquiátrica, hoje com seus 84 anos Kusama ainda continua ativa na arte. Suas obras recentes são pinturas, que mantêm as mesmas repetições como tema.



























Depois disso tudo não deu aquela vontade de ver ao vivo? Então não perca! Até dia 27 de julho no Instituto Tomie Othake, de terça a domingo das 11 às 20h e com entrada gratuita! *-*


Beijoo

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