Olá queridos leitores,
Nos dias 15, 16 e 17 de julho aconteceu o 14º Festival do Japão, que sem dúvida, trouxe para nós o que há de melhor na cultura japonesa. Juntamente com esse evento, no dia 17 rolou o Tokyo Fashion Festa, um desfile apresentando a moda exclusiva de Tóquio. Infelizmente não pude ir ao desfile, mas não perdi a palestra do dia 19, no Senac (e em japonês!), que teve como tema “A Moda de Tóquio: As subculturas e o estilo urbano” e com todas as informações, vim compartilhar com vocês uma moda diferente, porém cheia de estilo!
A moda no Japão começou a ganhar destaque após o desfile de Yohji Yamamoto e Comme des Garçon de Rei Kawakubo, na semana de moda de Paris, em 1981. Em ambas coleções estavam presentes características vanguardistas, formas assimétricas, mais folgadas, destruídas, e como cor temática o preto. Os desfiles causaram certo impacto entre os críticos e fashionistas da época, que mudaram suas opiniões sobre essa cor que era considerada fúnebre e passou a ser fashion, assim como a silhueta com formatos mais soltinhos.
A moda assimétrica ainda é constante nos desfiles de Yohji Yamamoto e Comme des Garçon, respectivamente. Temporada de Inverno 2012.
A década de 90 chegou e com ela uma bolha na economia japonesa, que trouxe crise e recessão, resultando em um aumento no preço dos produtos nacionais, enquanto os importados chegavam a baixo custo... Tudo isso acabou introduzindo outro estilo entre os jovens nipônicos.
Os estudantes da cidade de Shibuya, que fica em Tóquio, por serem afortunados, foram consumidores ávidos daquelas roupas importadas. Seu traje casual era composto por um blazer azul marinho, camisa pólo branca, calça jeans para os meninos e saia xadrez para as meninas, e mocassim nos pés. A demanda por esse blazer foi tão alta, que alguns chegavam a comprar um conjunto, descartar as calças e trocar os botões pelos dourados, alimentando a tendência.
Continuando com um estilo próximo a esse, vieram as Kogyaru (Ko seria uma forma de dizer estudante, e Gyaru um jeito de dizer ‘girl’ em japonês). Seu traje é composto por um uniforme customizado, com cardigã por cima, saias encurtadas e polainas brancas e fofinhas.
As grifes responsáveis por disseminar o estilo Gyaru entre as adolescentes foram Love Boat e Cecil McBee, a famosa cantora pop oriental que também vestiu a camisa foi Namie Amuro, já a musa atual é Ayumi Hamasaki com suas unhas postiças gigantes. Até hoje essa moda é divulgada em revistas como a Egg ou Cawaii, e para adquirir esse figurino, é indispensável uma passadinha no Shopping 109, em Shibuya, onde se localizam as marcas mais tops.
Namie Amuro
Ayumi Hamasaki
A ideia do exagero começa a aparecer com as Yamambas, palavra que faz referência a uma “bruxa da montanha”. Com o cabelo descolorido, bronzeamento artificial apenas no rosto, onde também colam adesivos e capricham na maquiagem branca ao redor dos olhos, sem esquecer as roupas de estilo havaiano que completam o look. Os meninos que podem ser namorados das Yamambas ou não, também entraram na vibe e são vistos com seus cabelos coloridos e repicados.
Para finalizar não podia deixar de lado o estilo mais recente e popular entre nós, que estourou após o filme “Kamikaze Girls”, lançado em 2004. As lolitas, presentes em Shibuya e Harajuku, se caracterizam por vestir roupas meigas, inspiradas em diversas épocas ocidentais como barroco, rococó, gótico... que passam por uma readaptação acrescentando o toque nipônico.
Existem as mais diversas ramificações entre as lolitas, aqui vou mostrar as mais conhecidas:
Kamizake Girls
Sweet Lolita
- Gothic Lolita: Inspiradas na época Vitoriana ou Rococó, em seu look predomina o preto na maioria das vezes também podendo aparecer o azul escura ou vermelho. Os acessórios como cruzes e caveiras reafirmam o estilo.
Gothic Lolita
Look Gothic Lolita no Toquio Fashion Festa
Depois de ler tudo acho que você entendeu porque eu disse que era uma moda diferente, mas cheia de estilo né! E só de ver toda essa trajetória dá muita vontade de embarcar direto pra Tóquio conferir ao vivo... Passear pelo Shopping 109, comer um temaki e fotografar muuuito! Enquanto não realizo esse sonho, vou continuar a freqüentar o bairro da Liberdade mesmo, onde algumas Lolitas circulam, trazendo a moda jovem de Tóquio.
Um beijo,
Nati.
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ResponderExcluirshoooow :D
ResponderExcluirBoa sorte pra vcs, meninas!!
beeeijos!
Uaaaaaau que d+!!!! Amei. Parabens pelo blog e principalmente parabens pela materia ta incrivel!
ResponderExcluirPs: Eu quero muuuuito aquela roupa rosa da japa aahaahahaha
Galera, já ouvi algumas meninas querendo a roupa da Sweet Lolita! prometo que se eu descobrir onde vendem esse tipo de roupa vou postar aqui! haha.. nem que seja só pra gente ir na loja, se vestir e brincar de ser Lolita né!
ResponderExcluirMoira, depois de ler muito sobre esse assunto antes de escrever, percebi que por trás da fantasia, esses jovens só querem liberar sua timidez e criar uma identidade como indivíduo, pois quando eles colocam a roupa, vestem o personagem mesmo e assim adquirem uma personalidade única. E muitos deles acabam com a brincadeira por volta dos 20 anos, quando já se sentem adultos e querem ser levados a sério.
Então na minha opinião, é uma forma legal de escapar da realidade as vezes, e participar de tribos com o mesmo interesse :]
Beijos,
Nati.
Lolita não é uma fantasia.
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